Ela parecia desligada, com aqueles brilhantes olhos negros
perdidos no horizonte, eu estava bem ali a sua frente observando sua expressão
tão vazia. O sol estava a pino, as ruas sem uma alma sequer, e ali naquele
cômodo só eu e ela. Arriscava uma pergunta, recebia um aceno com a cabeça ou
até mesmo um ligeiro sorriso angustiado como resposta.
Buscava um contato visual, fugia. Quando percebi a lágrima
caiu e um som curto e baixo rasgou o silêncio, soluços presos e dolorosos.
Secou seu rosto rudemente e tornou a perder-se no horizonte, agora parecia mais
vazia.
sempre
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