sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Dias de solidão


Ela parecia desligada, com aqueles brilhantes olhos negros perdidos no horizonte, eu estava bem ali a sua frente observando sua expressão tão vazia. O sol estava a pino, as ruas sem uma alma sequer, e ali naquele cômodo só eu e ela. Arriscava uma pergunta, recebia um aceno com a cabeça ou até mesmo um ligeiro sorriso angustiado como resposta.

Buscava um contato visual, fugia. Quando percebi a lágrima caiu e um som curto e baixo rasgou o silêncio, soluços presos e dolorosos. Secou seu rosto rudemente e tornou a perder-se no horizonte, agora parecia mais vazia.

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