quinta-feira, 26 de julho de 2012

O céu amanheceu tão morto, e mesmo depois da minha curta noite de sono eu acordei e olhei pra ele e pensei em como você estaria num cantinho, só e triste, como estava o dia. Eu rodei por aí e resolvi lhe dar uma rosa, e quando eu vi aquela flor que parecia brilhar com seu destaque entre todas as outras, eu pensei que seria a melhor que eu pudesse dar. Ela lembrava a alvorada, um amanhecer que hoje eu não vi, que você não viu, e que talvez nela você pudesse ver e, assim, sorrir e se alegrar admirando-a.
Mas a rosa, como eu, ficou abandonada, para que os passantes olhassem, para que alguém levasse ou para que o mundo engolisse. Ela não tinha espinhos, ela era delicada, não tinha armas para lutar contra o que pudesse lhe ocorrer. A pequena ficou sozinha, para a escuridão a consumir e agora talvez esteja onde deveria estar, ou talvez nunca deveria ter saído de onde saiu, na floricultura ela tinha água e ambiente climatizado, não tinha espinhos, mas tinha seu par, ou pares. Talvez eu me pareça com a rosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário