sábado, 26 de junho de 2010

O que não salva, padece

Sobra um certo asco, sobra um certo vazio ou pode ser que esteja cheio demais, cheio do que deveria estar vazio e vazio do que deveria estar cheio. Sobra uma podridão, uma falta de ser, uma falta de ter, uma falta de prazer. 

Deixa, deixa que o vento leve toda a sujeira, limpá-la é muito doloroso. Eis que não há ideal algum, eis que suja as mãos nas próprias palavras, se perde logo depois de achar que estava certa, deveras nem certeza há. Pára, para ver a vida que passa, ai pensa estar vivendo, mas parou, morrendo... e não vivendo, sobrevive até que tudo sufoca.
Morrendo... e não vivendo.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

13/05/2010

Ando tão calma e venho agraciada
Com graça e gozo apenas agradecer
Sendo mais do que eu esperava
Quando a vi de mim se compadecer

Até quando esqueci-me abandonada
Pude sorrir com seu parecer
Quando a tristeza me acanhava
Você estava a me reerguer

Perdoe minha simplicidade
Pois tarde me pus a escrever
Que um dia será saudade
Quando nunca mais a ver

domingo, 20 de junho de 2010

Um grito que ninguém ouviu


Sentou-se sobre a beira da janela, olhou todas aquelas pessoas seguindo rumo às suas casas. Sentiu a brisa tocar suavemente sua pele, respirou fundo e começou a lembrar dos velhos tempos. Suspirou… ai como era feliz – como era -, agora aquele sentimento parecia o único a lhe dar paz, aquela escolha parecia a sua última saída – sua única.
Olhou para o quarto e viu todos os seus objetos. Como era bom quando era apenas um garotinho, sem pensar no amanhã, sem se defender do hoje, sem se  arrepender do passado. Quanta saudade de quando batia figurinhas na rua e jogava bolinhas de gude. Lembrou de quando tinha sete anos e aprendeu a andar de bicicleta, como seu pai não tinha dinheiro, teve que aprender a andar com a do vizinho; no seu aniversário de oito anos, seu pai comprou-lhe uma bicicleta azul, não era nova, mas era tudo o que ele queria, como era feliz – como era.
Lembrou de quando completou o ginásio, durante a formatura  a menina que ele amava – o doce amor de um adolescente – o beijou, seu primeiro e inesquecível beijo. Quando saiu do colégio, recebeu seu diploma de conclusão e passou no curso de engenharia civil em uma faculdade de São Paulo, o sorriso de seu pai ainda tão presente em sua memória que poderia até desenhar com perfeição aquele momento, ele falava com orgulho que tinha um filho engenheiro. Ai! Como era feliz – como era.
Depois de concluir o curso de engenharia civil, já se viu sem os pais que morreram em um acidente. Morar só, parecia a cada dia mais sufocante. Vivia em meio a tantas pessoas, mas vivia tão sozinho consigo, beijava tantas pessoas, mas não sentia nada por ninguém; sua essência parecia morta. Pensou em casar-se, porém se viu desapaixonado. Tinha tudo, quando abria as mãos só via calos, quando sorria só via tristeza, tinha tudo, seus amigos amavam seu dinheiro, quando doente havia uma pessoa ao seu lado – recebia, no entanto, para estar ali – tinha tudo… como foi feliz – como foi.
Tornou a observar as pessoas, quantas daquelas eram feliz? Se perguntava, quantas? Queria saber se alguém ali já pensou em algum momento colocar-se nessa situação na qual se pôs. São muitos andares, todos são tão pequenos lá embaixo, todos se perdendo dia após dia em suas loucuras. Tentava imaginar como seria observar 15 andares passando, queria pousar como uma pequenina pena no chão. Tudo se organiza e forma um ser, depois tudo se desorganiza e forma um louco sedento por mais a cada dia, mas parecia que os dias iam dando menos. Como foi feliz – como foi.
Esse era o momento, soltou-se, tão livre… aquela sensação podia nunca acabar. Muitas pessoas pararam pra ver, ali acabou mais um perdido em sua loucura, perdido… só mais um de muitos perdidos.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Escritos Redundantes

Só de ver-te minhas pernas desfalecem
Sentir-te é o capricho do impossível
Ouvir-te me acalma e desespera
E já não sei se minh'alma mais se agita ou se aquieta
Compreender esse sentimento deixo aos sábios
Desfrutar dele deixo aos oportunos
Platonizá-lo e eternizá-lo...
Isso eu o faço
Dizem que é amor, dizem que é paixão
Mas ninguém sabe o que diz meu coração
Dizem que é uma falta, uma carência
Quem sabe não é só querência?!
Às vezes te olhando, você parece não existir
Fecho os meus olhos e abro, você ainda está ali
Busco olhar em teus olhos, coração acelerado
Percebo então que o tal sentimento não tinha acabado

domingo, 13 de junho de 2010

Quando vi Júpiter e líquens


Suba lá e veja como é lindo, vamos suba… saia dai e vá, não importa o quanto dói, amanhã, eu prometo… não vai doer mais. Faça tudo o que estiver ao seu alcance, faça-me sorrir. 
Achei graça quando a vi aparecer linda, sorri quando sorriu para mim, abracei tão forte que parecia que nunca mais ia embora.


Sonhe mais, sonhar nem paga mesmo, delire nas coisas simples porque elas se vão e o que sobra é só o resto. Entenda, nunca está totalmente sozinha, apenas se quiser ser só.

sábado, 12 de junho de 2010

Hoje é o ápice

Hoje amanheceu, nem imagino como foi a manhã, mas sei que essa tarde começou ensolarada. Mas eu continuo aqui trancada, não quero ver nem ouvir ninguém... só quero pensar, até agora eu pensei bastante e pude descobrir que sempre estrago tudo com todo mundo, não sei ser melhor ou boa o suficiente apenas para o que me faz bem.


Cansei de não saber o que fazer. Às vezes da vontade de correr, correr até a hora que não puder mais e quando eu cair de cansaço, que alguém me segure e apenas me diga que tudo está bem, que tudo está no seu devido lugar. Cansei de lutar uma guerra dentro de mim na qual eu já estou derrotada, de levantar todos os dias e ver que me sinto sempre assim, sempre sem saber onde é meu lugar.

Queria morrer todos os dias e renascer, e voltar a sonhar, sorrir com alegria, e ter idéias loucas, que eu tenha para o que viver, aprenda a amar de verdade, possa marcar mesmo que bem pouquinho o dia de alguém, não preciso mudar o mundo, só deixar minha marquinha boa.