quarta-feira, 28 de julho de 2010

Apenas mais uma de piegas

Quero cultivar teus doces beijos em um enorme pomar para que todos os dias eu possa me esbanjar de ti.

Que teu cheiro venha me invadir com uma sensação inebriante e sob a tua sombra eu possa me aconchegar

e me sentir protegida.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Seu singelo ser (Somebody in a red sweatsuit)

Sorri como um ser intocável

O que as vezes parece indiferança

De repente revela facetas

Que se escondem para chorar

E se mostram sorridentes a nós

A vida de lamúrias não se faz

É tão radiante que alegra

Frescas ficam as tardes de verão

Compõe as flores da primavera

Vê beleza nas caídas folhas do outono

O inverno se torna uma quimera

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Fantasiando

Eu olho pra você como se olhasse a última preciosidade em minha vida, eu olho como se nada mais importasse, já não posso dormir, já não posso falar pra você, com você. Eu vejo seus olhares vazios vindo em minha direção, e tento imaginar seus pensamentos no espelho de olhos secos.

Você foge, se esconde, não se rende, como pode ser tão duro consigo? Meu intimo grita um amor que quer existir, que quer viver, reagir. Eu sento ao seu lado e esqueço tudo pra ficar ali só observando.

A clareza dos fatos me diz novamente que eu andei por caminhos tortos, se eles me trouxeram até aqui, novamente estou amando erroneamente. Mas quando olho sua sensibilidade, sua fragilidade eu não consigo achar o erro, meu coração desaba apaixonado. E eu quero lutar todas as suas batalhas, eu quero me perder em todos os seus caminhos, para que no final sejamos apenas eu e você.

Quando volto ao seu lado, me permito um amor engasgado. Me interno em meros ensaios. Remeto-me a culpa de ver-te com um outro alguém, sem nem ao menos ter tomado coragem em dizer-te o quanto te quero.

domingo, 4 de julho de 2010

Do riso ao pélago


     Eu andava sob aquela fininha chuva, eu a vi desenhar seu corpo lá de longe, pude ver que era você; eu queria correr, eu queria chamar você, eu queria abraçar você, e então hesitei, imóvel, pude ver então, que não estava só. Meu queixo, que tremia com o frio, endureceu, já não sabia se o que escorria sobre minha face eram as àguas da chuva ou as dos meus olhos.   
     Comecei a perceber que meus olhos já estavam chuvos como as nuvens, as nuvens chorosas como meu coração. Um calor invadiu- me, ou meu corpo expeliu- me, mas sei que não podia sentir nada além do que palavras não são passíveis de dizer, de explicar.
     Via aqueles dois próximos, seus rostos se desenhando cada vez mais visíveis, cada vez mais reconhecíveis. Aqueles dois, e eu. Implorava para que minhas pernas me obedecessem, mas elas pareciam não pertencerem a mim, pedia em meu silêncio para que passassem sem se darem conta de quem estava ali.
     Desisti de pensar, de mandar meus membros mexerem, e o frio me invadiu novamente, eu tremia, chorava, soluçava, e aqueles dois passaram. A mim coube apenas esquecer.