segunda-feira, 30 de julho de 2012

Eu não quero uma casa enorme, eu quero uma casa pequeninha pra que meu vazio não ecoe nas paredes fazendo com que tudo pareça mais solitário. Eu quero uma cama pequena pra que nela não caiba a saudade do seu corpo. Eu quero cães para que o barulho deles não deixem o silêncio invadir-me e fazer com que eu sinta falta de te encarar quietinha, lendo seus olhares. Eu quero um chuveiro frio para que tenha pressa no banho, eu quero um sono pesado para que não encare meus sonhos. Eu não quero a escuridão porque ela me leva, sempre, a pensar em você, eu não quero o ócio, eu quero o agito porque só assim por alguns momentos eu vou te esquecer.
Estou acabada.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Quando eu falo que quero te ver, você me pergunta "pra quê?", e isso me corta, me quebra e me deixa mal. Devia só parar de te amar, devia parar de me importar. Eu devia mesmo era sumir, era perder todas as memórias da minha vida toda e começar tudo  do zero, assim quem sabe eu possa voltar a sorrir sem ter que fingir.
Às vezes (sempre) eu tenho vontade de correr até a sua casa, de te dar um puta abraço, daqueles que você corresponde e ficamos por muito tempo ali, e pedir pra que fique comigo, pra que case comigo, pra que me ame até quando... sem essa de até quando, só me ame.
O céu amanheceu tão morto, e mesmo depois da minha curta noite de sono eu acordei e olhei pra ele e pensei em como você estaria num cantinho, só e triste, como estava o dia. Eu rodei por aí e resolvi lhe dar uma rosa, e quando eu vi aquela flor que parecia brilhar com seu destaque entre todas as outras, eu pensei que seria a melhor que eu pudesse dar. Ela lembrava a alvorada, um amanhecer que hoje eu não vi, que você não viu, e que talvez nela você pudesse ver e, assim, sorrir e se alegrar admirando-a.
Mas a rosa, como eu, ficou abandonada, para que os passantes olhassem, para que alguém levasse ou para que o mundo engolisse. Ela não tinha espinhos, ela era delicada, não tinha armas para lutar contra o que pudesse lhe ocorrer. A pequena ficou sozinha, para a escuridão a consumir e agora talvez esteja onde deveria estar, ou talvez nunca deveria ter saído de onde saiu, na floricultura ela tinha água e ambiente climatizado, não tinha espinhos, mas tinha seu par, ou pares. Talvez eu me pareça com a rosa.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Eu não sonhava com cores, era tudo bem preto e branco, era tudo sem importância, eu realmente não ligava se chegaria a algum lugar ou se teria dinheiro e uma casa só minha pra morar. Agora eu também não ligo se minha saúde está indo pro buraco e se está tudo certo, se eu ando desperdiçando vida quando acordo a qualquer hora e fico horas sentada olhando para o nada. Sinceramente eu me importei quando sonhei em acordar do seu lado o resto da minha vida, não sei porque eu me importei tanto, porque casar sempre me assustou muito, mas do seu lado era diferente, eu tinha um sentimento que me completava de uma forma que eu, realmente, adoraria saber explicar. Novamente tudo já não faz sentido (clichê), mas é estranho que eu sonhei um dia que estava chegando em nossa casa, depois de trabalhar, você já havia chegado, então eu me envolvi toda nos seus braços e se existisse algum sentimento bom em mim, aquele era todo seu, inteiramente, e no sonho a gente ria e entendia nossos pensamentos, porque pareciam tão fáceis de prever, você me lia e relia dos pés a cabeça como sempre e eu sorria e me divertia com esse seu jeito.
Eu joguei um vaso precioso no chão, tão cheio, tão incrível, tão amado, e ele espatifou em mil pedaços, aqueles pedaços entraram em minha carne e encravaram se tornando parte de mim, a dor era cada vez mais terrível, e cada dia mais eu desejava a morte a ter que sentir tudo. Eu tentei tantos remédios, mas as feridas expostas me afundavam em dor, e tentando esquecê-las eu ia vivendo, seguindo, mas as pancadas que tomava nelas o tempo todo, mantinham-nas abertas, e eu sozinha sentia escorrer o sangue que regava minhas noites sem sono ou mal dormidas. Não há lugar bom para estar, não há diversão para se apreciar, não há boa comida para se degustar, nem em esperanças se pode falar. Havia um motivo que me fazia sonhar mais alto do que eu imaginava chegar um dia, não consigo nem me esforçar, nem mesmo fingir que não penso que tudo o que faço é em vão. Minha vida sempre foi um misto de nada com o que deve ser feito, que as vezes eu até me engano quando penso no que eu realmente gosto.
Nunca mais vou te ter de novo, de novo e de novo, e quantos "de novo" forem necessários, eles nem existem mais. Você sempre me jogou pra frente, quando me conheceu, eu era parada, eu estava fazendo tudo por fazer, tudo o que eu queria era por mera necessidade e por pressão social. Mas quando eu a tive, eu precisava fazer tudo aquilo, eu precisava depois de um dia inteiro deitar do seu lado e ver que minha vida fazia algum sentido. Estava sempre ali, de braços abertos, a me esperar, me amando, me vivendo, por momentos eu assisti, por momento eu me segurei, eu errei, e não tenho medo de dizer que errei, eu só tenho raiva de dizer isso, de saber disso.
Você se foi pra nunca mais voltar, eu fiquei e você andou, você se apaixonou, você se entregou, você trocou palavras de afeto com um outro alguém, e eu me esqueci, me abandonei, me perdi. Sei, porém, que dor, saudade, arrependimento e o amor que sinto não vão trazer você de volta. Te amei demais, te amo demais, mas esse amor ficou aqui e não ai, que era o único lugar em que deveria estar. Você já está bem, você já está feliz novamente, pena que não é ao meu lado, pena que alguém vai levar seu coração e todo o seu amor pra bem longe de mim, e eu, bem, eu, por outro lado, vou ficando aqui.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Não sei o que a vida me reserva, mas se for pra machucar, deixa estar. Não estou preparada pra encarar aqueles olhos, olhos que eu sempre tive prazer em ver, apesar de não demonstrar, mas esse meu amor, enorme como vai, não te espera, coração, mesmo sabendo que você não quer que espere, mas ele já vai calando a tristeza, não por amar demais, mas por não ver em ti amor correspondido. Tudo bem, a gente aprende, a gente vai cicatrizando feridas, vai amenizando dores, até que num amanhã que há de vir, só o que restará será lembranças, vagas, completas. Seja como for, eu amo ainda, eu sinto aqui palpitar cada vez que penso em você, sinto como se em seus braços estivesse, e uma sensação extasiante me invade. Mas está tudo bem, se doer um dia ou outro, eu vou entender, é assim, foi assim, mesmo que não tenha sido o que tinha que ser, mesmo que meu avesso tenha te marcado da cabeça aos pés, e o lado certo, aquele descoberto, que o tempo todo eu achava que era toda errado, desabrochou, tarde demais, talvez na hora certa, ah meu bem, só o tempo dirá. Que amanhã seu sorriso preencha seu mundo de uma felicidade que te complete, que não te faça desistir, meu desejo é apenas que sejas tu. 

sábado, 7 de julho de 2012

Somos um tanto quanto parecidas, não é?! Só queremos fugir para uma realidade que seja leve. Mas temos muito o que deixar, não é?! Esse é nosso único medo, abandonar.
Mas temos que viver, porém nem mesmo temos tanta noção do que significa isso. Será que se tivermos um grande emprego, um ótimo lugar para morar, uma família linda, será que se tivermos isso tudo seremos felizes?
Talvez o necessário seja apenas um cantinho, dois olhos que se cruzam, e que no fim do dia possamos abraçar alguém que faça nosso coração bater tão intensamente que parece nunca mais parar.