terça-feira, 23 de agosto de 2011

if my heart could be torn off, I would be fine


como brincar de não ser algo, ser nada. brincar de pique esconde com a própria alma, se perdendo de si mesmo. engolindo todas as mágoas, como se mágoas não tivesse, como brincar de não ser o que é, de ser ninguém. ser as vezes mais, as vezes menos do que ostenta. lançar lágrimas num chão de açúcar, e quebrá-lo todo a sua volta, sem sentimentos, sem dor, e de toda aquela paz, cair em si, no abismo entre a realidade e o sonho, onde tudo que é sonho parece tão real e tudo que é real parece sonho, e que segura dentro de si a verdadeira cara, ou posso dizer o verdadeiro 'eu', para jamais tornar-se, diante de outrem, um fraco, um derrotado. com chama nos olhos, passos decididos, como se realmente aquilo significasse tanto, mas no fundo não representa nada. desleixo, impaciência, imoralidade, inconsciência, irresponsabilidade, irritabilidade. se perguntando todo dia “pra que nascer? morrer pra quê?”, como se fosse mudar todo esse peso infernal que parece não sumir dos ombros. como um peso de mentira mal contada, de noites mal dormidas, de perdas mal superadas, de nojos mal compreendidos, de história mal lembradas, de dias mal vividos, de arrependimentos mal aceitos, de perdões mal pedidos, de tarefas mal acabadas, de decisões mal tomadas. é como não ligar pra nada e para tudo ao mesmo tempo, como se nada fizesse tanto sentido quanto fez ontem, e vice-versa. e todos os sorrisos se fecham e aquele pequeno feixe de luz de repente se apaga.