terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ela mora tão longe dos meus abraços, ela mora tão longe dos meus beijos, ela mora longe do encontro dos nossos olhares. Então me perguntam: "Onde mora ela?" Só tenho a dizer que ela mora juntinho com a saudade.

domingo, 12 de agosto de 2012

Não há amor sem paixão, mas há paixão sem amor.
O amor liberta, a paixão prende.
O amor conserva, a paixão consome.
O amor entende, a paixão enlouquece.
O amor cadencia, a paixão explode.
O amor sorri, a paixão apenas chora.
O amor não fere, a paixão é egoísta.
O amor cala, a paixão grita.
O amor aconselha, a paixão manda.
O amor espera, a paixão sufoca.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Aos poucos alguma coisa vai tampando o sol, e me protege da dor, aos poucos eu vou me tornando inteira, sem remendos. Como uma reconstrução de mim mesma. Cheguei ao nada, acho que é até melhor chegar ao nada, porque dali em diante tudo pôde se tornar novo aqui dentro. Vou achando na minha solidão a minha companhia, só eu e minhas lembranças, pensamentos...
Não cheguei ao fundo de lugar algum, eu apenas transcendi as barreiras de todos os meus limites, me desrespeitei ao passo que, também, desrespeitei outras pessoas. Sinto como se tivesse morrido, a única coisa que existia era um organismo que ia funcionando, mas sem nada, vazio. Renasci, me reinventei, me recriei, me compreendi de fora pra dentro, de dentro pra fora, de todos os referenciais possíveis.
Chega um momento que você diz "chega" pra si mesmo e para o mundo. Chega! Eu vou respirar, eu vou fazer o que tenho que fazer, aliás, há muito assunto inacabado, muita água rolando. Não estou deixando nada de lado, só estou deixando cada peça se encaixar onde houver compatibilidade, não dá pra forçar uma peça onde ela não faz seu par, quanto mais forçar, mais você vai estragar, então você acaba perdendo.
Nem sempre perder é algo ruim, até porque a gente perde tanto na vida, mas perder faz parte. Porém há que se pontuar que existe aquilo que nunca agrada a ninguém perder, e cada um tem a sua "preciosidade", eu tenho a minha, tenho até algumas, mas o fato de não querer ser privada do que amo, não significa que eu tenho o direito de prender. Então voe o que, ou quem, tiver a necessidade de voar. Meu amor vai permanecer aqui e a saudade, também.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Só eu sei como meu coração dispara quando ouço a voz, quando vejo o rosto, quando sou abraçada, e mais ainda quando sou beijada por você. Eu amo você e não me canso de amar, e se me sinto triste, é as vezes, porque na maior parte do tempo eu contemplo as suas melhores lembranças que cravaram em mim pra nunca mais sair. Mas só eu sei o quanto dói, quando dói. Porém o melhor de tudo é meu sorriso, até mesmo andando pela rua, pelas salas, pelas lojas, sozinha, quando penso em você.

domingo, 5 de agosto de 2012

"Não faz assim", ela dizia com aquele olhar triste, me puxava e me abraçava, eu magoava ela. Me avisou tanto, bateu na mesma tecla, segurou a barra, eu joguei tudo fora, joguei por falta de cuidado, não por falta de amor. É tão ruim sentir tudo despedaçado, tão ruim sentir uma faca rasgando o coração. Eu larguei tudo, eu esqueci do mundo e o mundo aos poucos vai me esquecendo. Larguei os treinos, larguei dos amigos, e fiquei presa nesse quarto, andei pelas ruas sozinha, e vou andando. Eu não sei explicar esse sentimento, mas é solidão e saudade de uma só pessoa, como se todo o resto não importasse. Mas a saudade de quem já não quer mais minha presença, acho até que quase ninguém mais quer. Estou arrastando os dias, estou costurando as feridas, algumas são tão imensas que eu só estou deixando me consumir, porque eu já desisti de curá-las.
Eu falo alto e ouço ela me repreendendo ao pé do ouvido, "não faz isso", e meu coração fica apertado, e eu me arrependo do que fiz, mas não há tempo de pedir desculpas. Quando eu penso em me livrar do resto que tenho, eu vejo os olhos dela me olhando com tanto amor e carinho, que eu simplesmente deixo a aliança comigo todos os dias, em todos os lugares, deixo o leão, doce e feroz, aqui comigo. O leão feroz anda murchinho, bobo e esquecido. Às vezes ando tão esquecida que me pego chorando, sozinha, com tudo engasgado, amor, dor, saudade, gritos, já a tristeza é escancarada, quem me vê andando por aí sabe que a felicidade saiu pela porta dos fundos e me deixou aqui.
É engraçado como lembro do primeiro dia em que estive naquele apartamento, sua camiseta era preta com os dizeres "Dior" em pedrinhas brilhantes, algumas já não estavam mais lá, com um shorts bege com bolsos e um cordão para amarrar e um chinelo preto, ganhei três quedas no uno, derrubei suas fotos e derrubei você da cama também. O dia estava agradável, eu estava de regata branca, com uma bermuda azul e all star claro, lembro até do porteiro fazendo piadinha sobre mim. Mas o primeiro dia em que te encontrei em frente aquele conjunto de prédios, foi bom, você estava com uma camiseta de mangas compridas e meia gola branca, calça jeans escura, e crocs hahahaha, crocs, achei engraçado vê-la de crocs. Ficamos conversando por algum tempo, nada demais.
Eu lembro tanta coisa, e você, provavelmente, é a única pessoa no mundo que não gosta ao mesmo tempo de água de coco, caldo de cana, refrigerante com gás e chips, mas eu adorava tomar suco de pêssego com você. Eu sempre lembro dos seus trejeitos, das suas manias, do seu jeito de arrumar a franja quando ela cai no rosto ou quando alguém mexe nela, você tem um jeito engraçado com as mãos quando gesticula, eu gostava de ficar observando você gesticular, até quando brigava comigo, suas pausas ao falar. Gosto do seu sorriso quando fala das coisas bobas ou erradas que fez ou quando vê alguém fazendo algo engraçado, tem um sorriso diferente, sorriso de arteira. Eu sinto saudade desse sorriso.
Eu gostava muito quando ela deitava no meu colo, nossa, parecia que eu me encaixava em algo nessa vida, parecia que ela se encaixava tão bem dentro da minha vida. Quando eu tinha de ir, meu coração apertava, mas eu ia, sem dizer nada, eu ia embora. Quando eu sabia que ia ao seu encontro, eu contava as horas, pedia pra que passassem depressa, pra que eu pudesse ver meu dia completo, ao seu lado. Era tão bom sentir a brisa suave entrando pela janela do seu quarto vindo ao nosso encontro, ao encontro de corpos entrelaçados e solitários dentro da noite. Sinto vontade de cozinhar pra você e te cuidar. Mas o tempo passou, você seguiu com suas coisas, vai conhecer alguém e, talvez, não se lembrará de mim mais.
Minha saudade atinge desde os momentos em que nós nos esquecíamos deitadas em sua cama, até nossas brigas, muitas vezes por coisas bobas e causadas por mim. Saudade de fazer cocegas em você e, em meio a risadas, olhar pesadamente em seus olhos e te beijar delicadamente. Saudade de um único banho em que sua companhia foi bem melhor do que a minha solidão de todos os banhos que tive. Saudade das poucas vezes que cuidei de você, saudade de acordar do seu lado e te dar um beijo de bom dia, de abraçar seu corpo gelado.
Saudade de te olhar e começar a sorrir, e rir, e sentir que meu único motivo, e não precisava de outro, aquele que me fazia imensamente feliz, era você. Saudade de ficar só te olhando, pensando que tudo parecia um sonho, e ser tão real me assustava. Saudade do seu beijo macio, apaixonado, em que você se deixava ficar completamente vulnerável, sem pensar o que se seguiria, só ia se entregando cada vez mais. Saudade do seu abraço repentino, forte, duradouro, como se tudo que tinha na vida estava ali no meio dos seus braços. Era bom me sentir parte de um amor como o nosso. Nunca passou pela minha cabeça que um dia eu iria olhar pra alguém e pensar "quero me casar com você", nem mesmo conversar sobre morar na mesma casa, sob o mesmo teto, era insano, mas naquele momento era um sonho.
Estou olhando seu coração voando pra longe, ultrapassando barreiras e deixando o meu aqui, solitário, mas não é culpa sua, a culpa é minha, os erros foram, na esmagadora parte do tempo, meus. Mas eu não sei, ainda sonho, ainda monto histórias nossas, juntas, casadas, sorrindo e vivendo tantas coisas, eu ando com você me falando coisas, como se soubesse exatamente o que me diria em alguns momentos. Crio uma vida inteira ao seu lado, mas tudo aqui, dentro dessa cabeça que não desliga, nem mesmo quando fujo pra dentro dos livros e conheço milhares de personagens diferentes e reflito sobre eles, eu paro de pensar em você.
Eu lembro quando nos amamos sob o som de Ana Carolina, com tanta ternura, eu viveria milhares, milhões, bilhões de vezes aquele momento, eu recrio ele e outros por horas, como se recordar tudo isso me fizesse menos vazia agora, fizesse da minha vida um pouco menos sem sentido, sem rumo. Era incrível, e quando eu paro pra lembrar eu vejo o quanto eu tinha, exatamente, tudo. Tudo que eu precisava, como minha vida estava andando e se encaminhando. Agora nossa história não passa de uma ilusão em minha vida, e dessa ilusão que vivo os dias, sonhando e me imaginando ao seu lado, construindo um mundo paralelo onde eu sou feliz ao seu lado e levando o meu mundo onde eu sou...