quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Só mais uma ideia vomitada

Só voltaria atrás se eu pudesse tirar esse gosto de ódio que corre em minhas veias e que sinto quando bebo do meu próprio sangue, tentando usar como veneno para matar as dores quando a lâmina corta a pele.

Predestinado ao nada.

Pensei em escrever uma carta para o regente das histórias de todas as vidas pra perguntar: qual é esse q de viver estranhamente com essas coisas inconformáveis, com essas pessoas estranhas (ou normais, não sei dizer, não posso dizer ao certo)?

Constante uso e desuso, um vai e volta... Chego a crer que debochas de mim, ou o que fazes?

“Vai escolher o que não poderá ter. Vai ter o que nem chegou a querer. Vai pensar na ferida que já sarou apenas pelo fato de que conforta saber que um dia doeu. Vai chorar sem motivos. E quer saber, seja prático e lúcido, lave suas mãos, escolha o ter como impossível, já que realmente é, escolha o querer como algo evitável, escolha o sofrer como algo esquecido.”

Creio que escreve isso tudo. Se for isso, por que não disseste antes? O tempo perdido não pode ser reavido.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ponto de impacto

Quando algo dói, inventamos qualquer coisa diferente pra doer, menos o que realmente machuca. Quando temos vontades tentamos suprir com coisas que escondem as vontades, porém quando elas vêm à tona não temos forças, e nos descobrimos tão fracos que mal podíamos pensar o quanto somos vulneráveis

Sinto como se não pisasse em minha terra, como se tudo isso não me pertencesse, toda essa mentira mal inventada, mal dita que é viver com todas essas caras, com todos esses caras. Meu lugar parece estar além disso, abaixo ou acima, tanto faz, a questão é que não pertenço a nada disso, a toda essa sujeira na qual coloquei minhas mãos. Não sei limpar-me desse limbo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Por que está amanhecendo se não vou beijar seus lábios quando você se for?

Sinto como se o seu gosto ainda estivesse aqui, como se o seu cheiro me perseguisse cada vez que eu respiro, como se suas mãos me envolvessem quando durmo, como se o seu olhar pudesse guiar meus passos, porque eles sempre querem me levar até você.


Se eu pudesse tocar minhas lembranças, só pra sentir novamente as mesmas sensações, que agora são apenas devaneios. Se eu pudesse tocar o sorriso que iluminava minha vida e colocá-lo dentro de um lampião, aposto como ele nunca se apagaria e eu seria completamente egoísta em querer tê-lo só pra mim.

Roubaria, também, o cheiro da sua pele, faria o mais delicioso dos perfumes e carregaria junto ao meu coração num cordão de ouro. E cada vez que o vento soprar um pouco mais forte, eu correrei para ele, para que eu possa sentir algo que mais se aproxima do toque das suas mãos.

E tudo isso na verdade são milhões de frases sem nenhuma cor.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Assim vai...

        Quando dois olhares se encontram, quando dois corpos se tocam, quando duas bocas se rendem.

Quando as palavras são soltas, quando a verdade aparece, quando as palavras e a verdade geram um fruto... a confusão.

Quando o que era sonho se torna nada, e quando nada parece sonho que se realizou, mas não foi.

Quando não existe mais uma certeza, uma idéia formada, o que fora um dia, já não é, e o que um dia não era, se torna.

Quando o essencial já está perdido, e as aparências não denunciam o que realmente deveria sentir ou talvez o que realmente sente.

Quando a vontade de ir pra um lado é mais fraca do que as opções diárias.

Quando o que era opção se torna apenas um buraco, um pedaço incompleto de uma história que talvez pudesse dar certo.



Quando o que parecia terminar em vitória termina em derrota.